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Dívida Pública Federal encerra agosto em R$ 7,035 trilhões, aponta Tesouro Nacional
O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses caiu de 11,35% ao ano, em julho, para 11,08% anual, em agosto; prazo médio foi ampliado de 4,03 para 4,11 anos
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) encerrou o mês de agosto em R$ 7,035 trilhões, representando retração de R$ 104,17 bilhões em relação a julho, ou seja, queda de 1,46% em termos nominais. Esse resultado foi impulsionado, principalmente, pela redução de 1,55% da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que passou de R$ 6,822 trilhões, em julho; para R$ 6,716 trilhões, em agosto. Essa movimentação ocorreu devido ao resgate líquido de R$ 163,17 bilhões, neutralizado, em parte, pela apropriação positiva de juros, em R$ 57,46 bilhões, detalha o Tesouro. O estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 0,48% (termos nominais) no período, encerrando agosto em R$ 319,17 bilhões (US$ 56,43 bilhões).
As informações constam do Relatório Mensal da Dívida (RMD) referente a agosto de 2024, produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Os dados do material foram detalhados nesta quarta-feira (2/10) em coletiva de imprensa virtual. Participaram da entrevista o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges; o coordenador-geral de Controle de Pagamento da Dívida Pública, Leonardo Canuto; o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves; e o gerente de Planejamento Estratégico do Tesouro Direto, Jorge Quadrado.
Conjuntura
Em análise de conjuntura, indicando os principais fatores que impactaram na gestão da dívida no período, o relatório destaca que em agosto, as expectativas de intensificação de cortes de juros nos Estados Unidos causaram fechamento adicional das treasuries (títulos de dívida emitidos pelo governo dos Estados Unidos). Por outro lado, o desmonte de operações de carry trade (Japão) trouxe volatilidade, impactando países da América Latina.
Diante de tal panorama, o Tesouro destaca que a curva de juros doméstica apresentou volatilidade, com as taxas refletindo as expectativas dos investidores em relação à política monetária, especialmente nos prazos mais curtos. As taxas de emissão da DPMFi apresentaram volatilidade, refletindo as perspectivas de redução dos juros nos Estados Unidos e de restrição monetária no Brasil. O CDS Brasil [Credit Default Swap, indicador que reflete o risco-país] ficou em 150 pontos-base em agosto, repetindo patamar de julho.
“Agosto foi marcado por bastante volatilidade no mercado externo. A fala do presidente do FED, Jerome Powell, no simpósio Jackson Hole, indicando que chegou a hora de ajustar a política monetária nos Estados Unidos, abriu caminho para o primeiro corte da taxa de juros norte-americana, agora em setembro. Começaram as apostas, na época, de corte de 25 e 50 pontos-base”, explicou Helano Borges, ao comentar o panorama internacional de agosto.
“Isso contribuiu para a redução dos prêmios de risco, mas os países da América Latina tiveram um aproveitamento limitado desse momento, muito esperado ao longo do ano, em função do desmonte de operações de carry trade que decorreram do fato de o banco central japonês ter elevado a taxa de juros de 0,1% para 0,25%. Isso contribuiu para que houvesse uma saída de recursos de importantes economias latino-americanas”, detalhou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional.