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Indicadores econômicos ajudam no planejamento de pequena empresa

Especialistas entrevistados pelo DCI falam sobre os índices de preços e pesquisas setoriais que os pequenos empresários podem utilizar para formar preços e balizar custos e investimentos

Os pequenos empresários podem utilizar indicadores econômicos oficiais para planejar melhor o seu orçamento em 2015. É o que orientam especialistas entrevistados pelo jornal DCI.

Ainda pouco utilizados na organização dos pequenos negócios existentes no País, os índices hoje disponibilizados por institutos e associações de classe ajudam na formação de preços e no momento de balizar custos e investimentos.

O assessor econômico da Federação de Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fábio Pina, diz que alguns indicadores são básicos para que os pequenos empresários se mantenham informados sobre a conjuntura do seu setor de atuação. Esses são divulgados pelo Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), como a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), Pesquisa Industrial Mensal e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). "Esses são razoáveis para a formação de estoques e preços", afirma Pina.

Já o Índice de Estoque (IE), calculado pela Fecomercio, é importante para que os varejistas fiquem cientes das tendências do setor. "Nesse indicador é realizada uma pesquisa com 600 empresas de varejo da região metropolitana de São Paulo. Com isso, o empresário consegue ter uma percepção mais ampla de como estão as vendas das concorrentes. Se eu vejo, por exemplo, que as vendas nas outras lojas estão aquecidas, é melhor eu ajustar meu estoque para atender o mercado", diz.

Pina acrescenta que os indicadores de emprego na indústria são um termômetro do consumo e, portanto, das vendas no comércio.

O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) também é importante na organização das pequenas empresas. "O IGP-M corrige contratos de aluguel, um item que compõe parte significativa das despesas de uma pequena empresa. Em muitas delas, o aluguel representa 50% das despesas", comenta o representante.

Inflação interna

Para o coordenador da incubadora de negócios da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), José Amato Balian, o ideal para um planejamento adequado é a criação de um índice de preços próprio da empresa. "Isso não é difícil de fazer e com tabelas no Excel se resolve. Você monta uma planilha de preços de materiais e serviços que utiliza na empresa e vai verificando a variação de preços a mês a mês. É uma forma mais correta de repassar custos do que se balizar pelo IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo], por exemplo, onde há um repasse médio", sugere Balian.

Dados

O Índice de Preços Produtor (IPP) é um indicador importante no planejamento das indústrias. Na última sondagem, divulgada no dia 7 de janeiro, o IPP mostrou variação positiva de 1,16% em novembro de 2014, em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2013 - acumulado em 12 meses - os preços aumentaram 4,56%, contra 4,03% em setembro.

Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais no indicador acumulado no ano sobressaíram a metalurgia, com alta de 10,48%, bebidas, em 8,92%, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com aumento de 8,42% e calçados e artigos de couro, que tiveram variação positiva de 7,96%.

O IE da FecomercioSP, divulgado na última terça-feira, registrou quedas de 11,8% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano passado e de 2,9% ante dezembro de 2014, ao passar de 110,6 para 107,4 pontos. O recuo ocorreu por conta do aumento da proporção de empresários que disseram ter estoques abaixo do esperado - de 13,8% para 16,3% - acompanhado de pequena redução daqueles que disseram ter estoques acima - 30,8% para 29,9%.