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Mesmo em cidades de pequeno e médio porte, a concorrência é cada vez maior,

Cleber Andriotti Castro é sócio consultor da Andriotti & Castro Consultoria, docente na pós-graduação da FGV e possui 11 anos de experiência em gestão

Mesmo em cidades de pequeno e médio porte, a concorrência é cada vez maior, em decorrência da saturação de alguns setores nas metrópoles e da consequente migração de grandes e médias redes para o interior. Em função disso e do crescimento de muitas empresas locais, os preços se reduziram e as margens acabaram achatadas, levando muitos negócios à falência.
Alternativamente, uma adequada estratégia para a sobrevivência e crescimento dessas empresas é a diferenciação pelo alto nível de serviço oferecido aos seus clientes.
Aí cabem ações como a implantação de um atendimento diferenciado, baseado na implantação de um relacionamento duradouro e rentável entre empresa e consumidor. O objetivo deve ser o oferecimento de soluções que realmente atendam as necessidades dos clientes, sem "empurrar" produtos ou serviços desnecessários.
No entanto, um atendimento diferenciado somente é possível se a empresa contar com colaboradores preparados, o que não é fácil de conseguir. Não é raro encontrar empresários queixando-se da falta de mão de obra preparada para realizar um bom trabalho.
Por isso, é imprescindível que a contratação de novos funcionários seja muito bem planejada, a fim de que o tiro seja certeiro. Uma vez feita uma má aquisição, vários custos, diretos e indiretos, colaborarão para corroer a margem de lucro da empresa.
Os custos diretos são aqueles facilmente calculáveis, como a multa do FGTS pela rescisão trabalhista. Já os indiretos são os "custos invisíveis", difíceis de calcular, mas expressivos. Por exemplo, desperdícios e até furtos de mercadorias e a troca de funcionários, que envolve refazer todo o processo seletivo, integrar e treinar o novo funcionário, o que leva tempo.
Enquanto isso, o atendimento é prejudicado, pois o quadro de pessoal fica reduzido e quem entra ainda não tem a agilidade dos colaboradores mais experientes. Além disso, há o dano causado na imagem da empresa por trocar em demasia seus funcionários. Ela pode ser taxada de má empregadora por sua clientela. E por fim, há o custo de ter de reconstruir todo o relacionamento com o cliente que já estava acostumado a ser atendido pela mesma pessoa.
Ainda, no Brasil, por uma questão cultural, o investimento na contratação de especialistas em Recrutamento e Seleção é considerado um custo desnecessário. As justificativas são das mais variadas: o valor cobrado por agências especializadas é muito alto, minha empresa é muito pequena e, por fim, eu mesmo faço a contratação, pois ninguém conhece melhor do que eu o meu próprio negócio. Frequentemente, a tarefa é delegada a gerentes sem qualquer preparo para conduzir um processo seletivo eficaz.
Indicações de conhecidos, teste prático de um dia, análise de currículo e entrevista individual são muito comuns. Essas ferramentas de seleção até tem o seu valor, mas da forma como são empregadas, sem um direcionamento especializado, não garantem o sucesso de uma contratação.
A formação de um quadro de pessoal é uma das áreas mais importantes para qualquer tipo de negócio e, portanto, deveria receber maior atenção. Diferentes etapas são fundamentais para o alcance de ótimos resultados em um processo de recrutamento e seleção.
O recrutamento consiste na divulgação de vagas através de diversos meios, e que deve ser cuidadosamente planejado. Se não o fizer corretamente, o empresário arcará com custos desnecessários ou receberá currículos em número ou qualidade insuficiente, ou ambos, o que é mais frequente. Na maioria das vezes, o custo de divulgação de uma vaga em classificados de empregos supera o custo de se delegar todo o processo seletivo a uma agência especializada, que conta com banco de currículos, espaço próprio nos classificados de empregos e ainda realiza toda a seleção, com entrevistas, dinâmicas, entre outros.
A seleção é a etapa mais complicada do processo, pois exige experiência e conhecimento suficientes para que se consiga investigar o passado e predizer com o menor grau de incerteza o futuro profissional do candidato.
Quais perguntas fazer na entrevista, que dinâmicas aplicar, como interpretar os testes e o que nos revelam as experiências profissionais passadas do postulante a uma vaga na empresa? É, realmente, uma tarefa complexa, que não pode ser feita às pressas ou de forma empírica.