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Pedidos de falência no país crescem 11% no primeiro semestre
Do total de pedidos de falência, 529 (54,2%) foram de micro e pequenas empresas, 286 (29,3%) de médias e 160 (16,5%) de grandes empresas
O número de pedidos de falência no país cresceu 11% no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2011. Os dados do Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, divulgados nesta quinta-feira (5), mostram que de janeiro a junho foram registrados 975 pedidos ante 877 dos mesmos meses do ano passado. Do total de pedidos de falência, 529 (54,2%) foram de micro e pequenas empresas, 286 (29,3%) de médias e 160 (16,5%) de grandes empresas.
O levantamento apontou também aumento nos registros de pedidos de recuperação judicial. Este ano, até junho, houve 395 requerimentos, 65,2% a mais que nos seis primeiros meses de 2011 (239). As micros e pequenas empresas, com 202 (51,2%) requerimentos de recuperação, lideram o número de pedidos
“A falência pode ser uma forma de pressão de pagamento. Ela pode ser sobre empresas que estão com dificuldades, mas pode ser também pressão de cobrança. É Importante notar que as empresas em dificuldades são as que estão em recuperação judicial”, disse o economista da Serasa, Carlos Henrique de Almeida.
A crise internacional, a baixa nas vendas e a alteração no preço do dólar e na política cambial, de acordo com o economista, estão na origem das dificuldades. “O dólar alto impactou as dívidas que as empresas tomaram no exterior, e elas buscaram muito crédito um pouco antes da crise americana. A diferença de taxas de juros, de custo financeiro, valia muito a pena”, declarou. “De repente, agora, este ano, sobretudo a partir de fevereiro, o dólar começa a subir, e o governo muda a política cambial efetivamente. A empresa que tinha o crédito contratado e tem de pagar essa dívida. Ela comprou [o dólar] a [R$]1,75 e agora tem de pagar R$ 2”, completou.
Na opinião de Almeida, a valorização do real está ajudando as empresas a exportarem mais. Mas isso não significa um resultado garantido. “Porque a crise é global, e a demanda por produtos importados das outras economias também caem”.
O economista da Serasa ressalta ainda que o cenário atual é de dificuldade e não de "quebradeira" e que os dados do levantamento também apontam para uma melhora no segundo semestre. “Costuma ser melhor, sobretudo para aquelas empresas que são ligadas a bens de consumo e varejo, elas vão sentir mesmo uma melhora já no último trimestre desse ano”, disse.