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Brasileiro pretende comprar mais bens duráveis
Aumentou a intenção do brasileiro de comprar bens duráveis neste trimestre.
Márcia De Chiara
Aumentou a intenção do brasileiro de comprar bens duráveis neste trimestre. Entre abril e junho deste ano, 72,4% dos consumidores pretendem adquirir algum bem durável ou semidurável. No primeiro trimestre deste ano, o índice de intenção de compras estava em 66,6% e, no segundo trimestre de 2008, em 63,2%, revela Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo, realizada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) e o Laboratório de Finanças (Labfin) da Fundação Instituto de Administração em parceria com a consultoria Felisoni Associados.
Apesar de estar mais predisposto às compras, o consumidor pretende gastar menos e quer aproveitar as pechinchas, aponta a pesquisa. De acordo com a enquete, que ouviu 500 consumidores em meados de março na cidade de São Paulo, para oito dos dez itens pesquisados, a intenção de gastos neste trimestre é maior que no período imediatamente anterior. Apenas para os eletroeletrônicos e os artigos de cama, mesa e banho a predisposição de desembolso é maior neste trimestre, ante o primeiro trimestre.
Para o coordenador do Provar, Cláudio Felisoni, a deflação nos preços, promovida pelas liquidações e promoções, está induzindo o consumidor às compras. "Ele está agindo oportunisticamente de forma consciente para aproveitar a deflação", observa.
Um dado importante da pesquisa é que caiu de 13,9% no segundo trimestre de 2008 para 12,1% neste trimestre a fatia da renda consumidor destinada ao pagamento do crediário. "Com cenário de crise, o consumidor ficou mais cauteloso no uso do crédito", diz o coordenador do Provar.
Além da deflação dos preços, Felisoni aponta outros fatores que estariam sustentando a intenção de compras de bens duráveis e semiduráveis neste trimestre. Um deles é a renda do trabalhador que está praticamente estável. Entre fevereiro de 2008 e fevereiro de 2009, a massa real de salários cresceu 0,4%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E, estudos realizados pelo coordenador do Provar mostram que o consumo é muito mais sensível a oscilações na renda do que variações na oferta de crédito. Para cada 1% de variação na renda, o consumo oscila 0,80%. Já quando o crédito oscila 1%, o consumo varia apenas 0,12%. observa.
A pesquisa mostra que os itens de informática lideram as intenções de compra neste trimestre, com 15%, seguidos pela linha branca (12,8%), produtos de cine e foto (12,4%), móveis (10%), eletroeletrônicos (9,8%) e automóveis (7,6%).