Notícias
Empresas brasileiras demitem por precaução e não por crise, diz estudo
As empresas brasileiras estão demitindo pelo temor de que a situação da economia se agrave
As empresas brasileiras estão demitindo pelo temor de que a situação da economia se agrave e não necessariamente por estar enfrentando dificuldades provocadas pela crise financeira internacional, segundo um estudo divulgado hoje pelo Governo.
De acordo com a análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a velocidade com que as indústrias têm demitido funcionários e reduzido produção "não parece ser totalmente explicada pelas dificuldades no mercado de crédito".
"A explicação mais plausível para o agravamento da crise no Brasil parece ser a de que os agentes econômicos estão atemorizados e, em consequência, tomam a decisão mais racional do ponto de vista individual: reduzem de forma drástica suas despesas", afirma o estudo do Ipea, vinculado ao Ministério de Assuntos Estratégicos.
"Por um lado, os empresários arquivam projetos de investimento, reduzem custos e diminuem a produção e, pelo outro, os trabalhadores, com o temor do desemprego, reduzem o consumo para aumentar sua economia", acrescenta o documento.
Segundo o estudo, esse fenômeno deixou em terreno muito negativo tanto o crescimento econômico como o nível de emprego no primeiro trimestre do ano.
O Brasil perdeu apenas em dezembro e janeiro cerca de 755 mil empregos formais, de acordo com dados oficiais.
O Ipea afirmou que, em uma conjuntura em que tanto empresas como trabalhadores reduzem suas despesas e comprometem o crescimento futuro, a única alternativa é elevar os gastos públicos.
O organismo sugere até mesmo que o Banco Central reduza a taxa básica de juros de 12,75% por ano para 7%, a fim de economizar recursos que poderiam ser destinados a investimentos.
Segundo o Ipea, com taxas de juros de 7% ao ano o Governo economizaria entre R$ 30 e R$ 43 bilhões que atualmente se destinam ao pagamento de juros por sua dívida pública.
As taxas de juros no Brasil estão entre as maiores do mundo, e o Banco Central se nega a reduzi-las por temor de que essa medida tenha um forte impacto na inflação.
Agência EFE