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Consumidor deixa de comprar por restrição de crédito, não por temer crise

Fonte: InfoMoney
Flávia Furlan Nunes Dados da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) sugerem que o ritmo de crescimento do consumo dos brasileiros está caindo. De acordo com o economista-chefe da associação, Marcel Solimeo, existem dois possíveis motivos para este movimento. "Temos que esperar mais uns dias para ver o que é realmente retração do consumidor, por medo da crise, e o que é falta de crédito", explicou ele. Durante a primeira semana de outubro, Solimeo explicou que o consumo realmente caiu, por causa de um temor dos desdobramentos da crise, mas depois foi retomado. Porém, ao chegar ao 27º dia, ele afirmou que o balanço era de queda do consumo. O economista afirmou acreditar mais na tese de que o consumo cai por falta de crédito. "O emprego e a renda ainda estão altos. Nosso consumidor não é tão informado para reagir a uma crise macroeconômica e a crise ainda não chegou ao bolso", informou. Compras a prazo e à vista Para se ter uma idéia, as consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Cheque), que indicam a intenção de comprar a prazo e cresciam em torno de 8% ao mês até setembro, apontaram avanço de apenas 1,4% nos 23 dias deste mês analisados (entre 1º e 23 de outubro). "Isso é muito mais pela dificuldade em tomar crédito", explicou Solimeo. Já as consultas ao SCPC Cheque, que sinalizam as intenções de compra à vista, caíram 4,5%. "Uma parte desta queda do cheque é substituição dos meios de pagamento. Isso já vem sendo notado desde a expansão acentuada do cartão de crédito. Não é algo que acontece há alguns meses e a tendência deve continuar". Inadimplência Sobre a inadimplência, Solimeo afirmou que ela deve apresentar em outubro o mesmo comportamento dos meses anteriores, com uma tendência de aumento, principalmente por causa da dificuldade em renegociar as dívidas. "Deve subir mais um pouco, mas por causa da recuperação do débito, que está mais difícil".